Esse vídeo conta a história da ninfa, que também aparece na reportagem, que fala sobre flores e é super interessante. Então vamos lá!
Em mais de 7 mil anos de história, as flores conseguiram tornar-se ao mesmo tempo símbolo de Deus e sexo, amor e morte, paz e loucura. Nas religiões, estão nos ritos e tradições de quase todas as civilizações. Para a psiquiatria, a indiferença em relação a elas é um sintoma claro de depressão.
Rosas já eram cultivadas na Mesopotâmia, às margens do rio Tigre, por volta de 5mil a.C. O plantio do lírio surgiu depois, na ilha de Creta, em 1.850 a.C. Surgiram a tiracolo superstições a respeito da flor. No Japão medieval, o crisântemo era tido como teste de fertilidade – um homem dava um ramalhete à pretendente: se os botões não se abrissem, era sinal que a jovem era estéril.
Foi em Roma, no século 2 a.C., que as flores se tornaram uma mercadoria produzida em escala. Os romanos amavam tanto as rosas que a República chegou a criar um imposto sobre elas. Sidharta Gautama, o Buda, no século 5 a.C., dizia que a flor de lótus simbolizava o homem liberto das paixões, já que nasce, bela, em meio ao lodo. O lodo seria a condição humana e a flor a transcendência desse estado.
Já a rosa não teve uma carreira muito fácil na Europa da Idade Média – os primeiros cristãos viam nela um símbolo pagão greco-romano, uma lembrança das farras da elite romana. Curiosamente, a aceitação da rosa na vida cristã se deu com o crescente papel da Virgem Maria na religião, a partir do século 4. Mas a rosa só seria perfeitamente “cristianizada” pelo imperador Carlos Magno, no século 9 – mandou plantá-la em todo o território francês, e assim a rosa pegou no velho continente.
Em 1554, descobriu-se em Istambul, na Turquia, a flor que iria enlouquecer os europeus: a tulipa. Ela foi levada para o Jardim Botânico Imperial de Viena e acabou despertando a cobiça da Europa toda. Em 1593, uma considerável quantia de mudas de tulipa do Karl Clusius, o jardim austríaco, foi roubada por comerciantes da Holanda – e o fascínio holandês pelas tulipas começou. Entre 1634 e 1637, essas flores chegaram a valer tanto que muitos cidadãos holandeses hipotecaram suas casas e investiram sua poupança na compra de ações representando tulipas. Quando a “bolha da tulipa” estourou houve uma onda de suicídios no país.
Em 1818, apareceu em Paris o apimentado “La language des Fleurs”, escrito por Louise Cortambert. A apresentação do buquê era tão importante quando a escolha da flor presenteada – uma tulipa com o caule para cima demonstrava a rejeição do pretendente pela dama. Durante o reinado da rainha Vitória (1837-1901), o livro ajudou os ingleses a driblar a rígida moral vitoriana: impedidos de expressar seus sentimentos verbalmente, passaram a usar buquês como código.
Um obscuro filósofo do início do século 20, o nobre inglês chamado Lord Northbourne, observou em “O Simbolismo das Flores”, que a flor atrai a psique humana pela sua própria natureza: ela é um orgão sexual que depois de polinizado se transforma em fruto. Todo o conjunto da flor é exibido com despreocupação. A flor exemplifica a inocência, beleza e naturalidade da função sexual. Como a psicanálise já descobrira, as forças propulsoras do ser humano são o sexo e a morte. A flor, no seu ciclo de vida e fenecimento é o espelho perfeito disso.

ROSA – a flor do amor por excelência. Sua origem perde-se no tempo. Na mitologia grega, ela é a metamorfose de uma ninfa encontrada morta. A magia de Clóris, deusa das flores, foi responsável pela transformação. Mas o resultado não ficou perfeito – então Afrodite, a divindade do amor, lhe deu beleza e cores, e Dionísio, o deus do vinho, o perfume. Não tem tudo a ver com o Trembled Blossoms, da Prada??